18/09/09

A lei francesa à lá 1984

É irónico que no dia em que leio a noticia sobre a discussão no senado Francês sobre a possível nova lei que restringe o acesso à Internet, aos descarregadores de conteúdos ilegais, mais um artista consagrado revela que o seu próximo álbum vai estar disponível na Internet grátis.
Depois dos Radiohead e dos Nine Inch Nails, é agora Billy Corgan, dos Smashing Pumpkins que resolve disponibilizar a toda a gente o próximo álbum da sua banda. Gosto particularmente desta parte: "Poderão tirar as canções que quiserem, as vezes que quiserem".
O estado francês revela-se assim um dos primeiros países a adoptar a mais estúpida das leis anti-pirataria. Sarkozy, grande dinamizador desta lei, mostra como se faz politica debaixo dos lençóis, e torna-se o primeiro presidente europeu fascista. Orwell a esta hora deve estar a rejubilar com a actualidade do seu 1984.
É óbvio que não defendo a pirataria, e compreendo que os artistas tenham os seus direitos, mas porque não vão eles queixar-se a quem de direito, às editoras? Na cadeia de vida de um CD, DVD ou Vinil, desde que as pistas saem do estúdio de gravação até chegarem às nossas mão, há agentes que aplicam taxas de lucro de 100%. Não deveria ser a essas portas que os artistas deveriam ir bater?
Se esses agentes não fossem gananciosos, talvez o CD hoje não fosse um bem de luxo, que custa em média entre 15 a 20 euros. Eu estou à vontade para falar, porque compro em média uns cem CDs por ano, dos quais 90% vêm da amazon britânica. Os preços praticados por essa casa arrasam completamente FNACs e qualquer outra loja nacional.
Com um bem tão caro como é o CD hoje em dia, eu EXIJO conhecer bem o que compro. Por essa razão, faço download de um CD antes de o comprar. No entanto, se gosto acabo por comprar. Se de repente deixar de poder fazer essa pré-escuta, é claro que só vou comprar aquilo que sei de antemão que é bom.
Resumindo, as minhas compras de CDs vão diminuir.

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