20/10/09

Crónica dos XX

Parte 1:

Os “The xx” são uma das estreias mais consistentes do ano de 2009. Queria começar assim este texto porque posso-me esquecer do essencial: levantar este album “xx” como o mais importante do ano. Está feito.

O grupo não é mais do que quatro imberbes estudantes londrinos que assentam a sua criatividade no mais puro minimalismo conceptual. A música é despretensiosa baseada em guitarras envolventes apoiada por uma caixa de ritmos em sequências básicas. Há uma secreta supervalorização da aprendizagem instrumental, se assim lhe posso chamar, no sentido de catapultar o essencial: a composição, e obviamente desprover de objecto todo e qualquer virtuosismo técnico.

As vozes principais saltam entre a Romy e o Oliver numa profunda comunhão de sentimento que por vezes chega a ser arrepiante (ouçam a infinity p.ex.) e os rituais ancestrais de acasalamento como sejam a shelter ou a islands.

As vozes o movimento o conceito tudo é slowcore ou sadcore sempre carregados e movimentos pungentes em redenção.

As influências, segundo dizem vão de Young Marbel Giants, Japan ou Glass Candy, sendo que todos dizem ser new wave rithym and blues... mas o meu conceito de rotulagem é mais simples: isto é pop indie pop. E para mim basta ouvirmos a Cristalised para sentirmos algo do tipo Interpol ou Radiohead pululante dentro do peito. Mas isso sou eu...

Trata-se sem dúvida de uma purga sentimental para este final de ano. Não ouçam The xx: comprem e consumam em doses massivas, por favor. Eles merecem quanto mais não sejam por nos fazerem sentir que podemos criar momentos especiais até das coisas mais simples.
Se a indie pop precisava de uma pedrada para evoluir os The xx utilizaram uma simples pena para nos tocarem onde mais sentimos.

Soberbo.

Parte 2:

A primeira vez (!) recordada a infância traduz-se numa conversa entre Romy e Oliver:

The XX – “Stars”
“I can give it all on the first dateI don't have to exist outside this placeAnd dear know that I can changeBut if stars, shouldn't shineBy the very first timeThen dear it's fine, so fine by me'Cos we can give it timeSo much timeWith meI can draw the line on the first dateI'll let you cross itLet you take every line I've gotWhen the time gets lateBut if stars, shouldn't shineBy the very first timeThen dear it's fine, so fine by me'Cos we can give it timeSo much timeWith meIf you want meLet me knowWhere do you wanna goNo need for talkingI already knowIf you want meWhy goI can give it all on the first dateI don't have to exist outside this placeAnd dear know that I can changeBut if stars, shouldn't shineBy the very first timeThen dear it's fine, so fine by me'Cos we can give it timeSo much timeWith me”

Parte 3:

3 comentários:

JF disse...

Marco, felicito-te pelo post dos XX, que são uma das grandes surpresas de 2009 para mim também.
Abraço e até logo no Tribulações.

Filipa Serra e Silva disse...

Parabéns, boa escolha de música, gostei =)

Filipa Serra e Silva disse...

Obrigada, obrigada, eheh